Destino ou Livre Arbítrio?
Tudo o que existe ao nosso redor é a manifestação
física de idéias que foram criadas em planos
superiores. Os representantes no plano físico sempre
necessitam de informação para adquirir sua forma, por
isso, não é a forma e sim a idéia que é original e
portanto mais real.
Nos planos superiores existe o que podemos chamar de
"idéias primordiais"; são elas que contém a
informação básica de toda a realidade e que resultam
na multiplicidade de formas que percebemos nos diversos
planos. Para cada "idéia primordial" existem
vários representantes em todos os planos, isto significa
que encontraremos nos reinos animal, vegetal, mineral,
celeste e humano, algo concreto que represente esta
idéia.
O método da analogia permite, a partir da observação
de um plano da realidade, deduzir todos os demais planos
e também as "idéias primordiais" que eles
representam. Podemos, então, através da observação
dos animais ou das plantas, reconhecer os paralelos com
outros planos.
Na Astrologia, por exemplo, quando falamos de Júpiter,
nos referimos ao princípio que ele representa. A
Astrologia é o ensinamento dos "princípios
primordiais" e não o ensinamento dos astros.
O plano celeste é muito apropriado para aplicarmos o
método da analogia porque além de não se misturar com
outros planos, o movimento dos corpos celestes é
matematicamente determinável, o que facilita a análise
para o passado e para o futuro.
Os adversários da Astrologia afirmam que é impossível
que um astro, estando a milhões de quilômetros de
distância, exerça uma influência sobre a humanidade,
mas isto é um grande equívoco, pois a Astrologia não
propõe tal influência.
Isto ocorre porque alguns astrólogos aceitam esta
suposta influência, baseando suas afirmações em
pesquisas que constatam as correlações entre os
movimentos planetários e campos eletromagnéticos de uma
célula. Esta correlação existe, mas não comprova a
influência dos astros sobre as células porque
correlação e influência são coisas distintas. Essas
pesquisas apenas confirmam a analogia nos diversos
níveis, porém não prova a existência de uma conexão
causal.
Como o acesso ao mundo das "idéias
primordiais" é bastante difícil para o homem, ele
utilizou símbolos para tentar expressá-las.
Uma carta astrológica natal mostra, de forma simbólica,
através das posições dos corpos celestes no momento da
primeira respiração de uma pessoa, como estão
equilibrados e inter-relacionados os princípios
primordiais. Esta carta natal mostra sua missão e o seu
plano de aprendizado, que deverá ser cumprido da melhor
maneira possível durante a sua vida. Cada aspecto
planetário representa uma tarefa ou problema a ser
assimilado.
Na realidade, os problemas não existem, uma determinada
situação se torna um problema quando não somos capazes
de integrá-la em nossa consciência. Porém a maioria
das pessoas se comporta como se eles existissem por si
mesmos e esperam que os outros resolvam seus problemas.
A vida é um aprendizado e os processos de aprendizado
ocorrem através da solução dos problemas, mas como a
solução dos problemas está associada a esforços, as
pessoas normalmente não os procuram, mas são
confrontados por eles. Vistos desta forma, os problemas
revelam-se como a força que nos leva a evoluir.
O homem chamou de destino aquela ordem não reconhecida,
que nos coloca diante de novos problemas e, pelo fato de a
carta astrológica conter todo o aprendizado de uma vida,
pode se dizer que sua leitura é também a do destino de
um indivíduo.
A Astrologia não é a crença na influência dos astros
sobre o homem. Tanto os corpos celestes como o homem
obedecem à mesma lei do ritmo e através do movimento
rítmico dos planetas, produz-se o que chamamos de ciclos
planetários. Esses ciclos não revelam fatos concretos,
mas suas fases nos mostram os tipos de experiências com
os quais seremos confrontados para assimilarmos o que nos
falta aprender.
Até que ponto o destino e o seu cumprimento está
determinado e onde está a liberdade do homem para
modificá-lo? Para isso temos duas possibilidades:
1-
O aprendizado consciente, que exige que o homem enfrente
voluntariamente cada problema que surge, solucionando-o
com uma participação ativa.
2-
O aprendizado inconsciente, que entra automaticamente em
ação quando o homem falha ou se recusa a resolver
conscientemente o problema.
A maioria das pessoas limita-se ao aprendizado
inconsciente. Esse tipo de aprendizado é, quase sempre, o
caminho do sofrimento, mas enquanto o ser humano se
propuser a questionar seus pontos de vista e conceitos
fixos, a arriscar novas experiências e expandir sua
consciência, vencerá todas as tarefas que o destino lhe
impuser. As doenças e os golpes do destino quase sempre
representam o aspecto passivo da lição que não foi
aprendida voluntariamente. Em resumo: quem não aprende,
sofre… para aprender!
É aqui que a Astrologia torna-se plena de significado. A
orientação astrológica deve mostrar às pessoas o que
terão de aprender e cumprir em suas vidas, e com quais
princípios se confrontarão. A meta do aprendizado,
enquanto plano de evolução, está determinada, a
diferença consiste na escolha do "como"
aprender, se de modo forçado ou voluntário.
Então podemos perguntar: existe livre-arbítrio ou tudo
está predestinado?
O determinismo e a liberdade de ação são dois pólos
inseparáveis e um não exclui o outro, como muitas vezes
acreditamos. Toda polaridade traz a dificuldade de se
compreender que os dois pólos operam ao mesmo tempo,
porém, o livre-arbítrio não vive sem o determinismo e
vice-versa, como a luz depende das trevas, a inspiração
da expiração. Por isso, o caminho que conduz à
liberdade é o caminho do cumprimento voluntário da Lei
do Destino!
Nivaldo Figueiredo de Sousa